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Localidades - Louredo «

Braga

Descendente da cidade Bracara Augusta que os romanos dedicaram ao imperador e elevaram a sede da província da Galécia em 216 d.C., Braga foi, desde sempre, um importante centro cultural, comercial e religioso.

Com as invasões bárbaras do século V, o Império Romano desmorona-se e Braga viveu 175 anos sob o domínio dos suevos, que a elegeram capital do reino. No século VIII, após uma breve presença árabe nas suas terras, foi ocupada por D. Afonso, o "Católico", rei de Oviedo e posteriormente integrada no dote de terras que Afonso III, rei de Leão, entregou a D. Henrique de Borgonha.

Nos dois séculos que mediaram entre as invasões árabes e a reconquista cristã, a cidade viveu tempos conturbados e conheceu a ruína, sendo o seu renascimento obra do Bispo D. Pedro (1070-1093). A partir daí, Braga foi fortemente marcada pela religiosidade, da qual são testemunhos os seus inúmeros mosteiros, conventos e igrejas. Feudo do clero, nela a alta e média nobreza não tinha direito a casa e a indústria servia as necessidades da Igreja.

Nos nossos dias, a cidade conta com a animação dos estudantes da Universidade do Minho, fundada em 1973, e com um rico espólio patrimonial, que se ergue no ponto onde terminam as volumosas serras interiores e se abrem os extensos vales agrícolas. Com cerca de 80 mil habitantes, as gentes são festivas, a chula faz parte dos seus dançares e a viola braguesa acompanha-as, quase sempre, nos cantares.

A construção da "Bracara Augusta", sede jurídica romana, iniciou-se em 27 a. C. no Império de Augusto. Integrou então as vias do Império que atravessavam a Península Ibérica, comunicando com Roma, o que comprova a importância da cidade no território. Em 216, o Imperador Caracala elevou-a a capital da província da Galécia e, no mesmo século, a Diocese de Braga foi criada, sob jurisdição do Bispo Paterno. Ao domínio romano sucedeu-se a ocupação da cidade pelos Suevos, que a elegeram capital política e intelectual, pelos Visigodos e pelos Muçulmanos, até que, em meados do séc. XI, foi reconquistada pelos cristãos e a arquidiocese restaurada pelo Bispo D. Pedro. Durante o período muçulmano, os bispos mudaram a sua residência para Lugo (Espanha). Em 1112, com o arcebispo D. Maurício Burbino, a história eclesiástica de Braga ganhou relevo. Depois da disputa com a Sé de Compostela, o Papa Inocêncio III autorizou em 1199 a jurisdição de Braga sobre o Porto, Coimbra e Viseu, assim como sobre cinco dioceses em Espanha. A Sé de Braga, a mais antiga do país, foi a maior referência religiosa em Portugal ao longo dos séculos e o dito popular "mais velho do que a Sé de Braga", para referir alguma coisa com muito tempo, é elucidativo do seu valor. Sempre marcada pela acção eclesiástica, que se reflectiu no enriquecimento da cidade, podemos dizer que o séc. XVI e o séc. XVIII foram as épocas de ouro da sua história e do seu desenvolvimento. Primeiro com a acção do arcebispo D. Diogo de Sousa, o reedificador de Braga, que a partir de 1505 assumiu o governo temporal e espiritual transformando "a aldeia numa cidade" (nas suas próprias palavras) e depois com as iniciativas dos arcebispos D. Rodrigo de Moura Teles e D. José de Bragança impondo o exuberante estilo barroco. A industrialização e a fixação da Universidade contribuíram muito para o desenvolvimento actual da cidade que se manteve fiel à tradição religiosa secular, revivida intensamente todos os anos durante as Solenidades da Semana Santa e na Festa de São João Baptista, em Junho. São boas oportunidades para conhecer Braga, passeando-se pelo Centro Histórico ou relembrando um dos Caminhos de Santiago que por aqui passava. Nos arredores, sugere-se ainda o Percurso dos Santuários Marianos e uma visita ao singular Museu dos Cordofones.

Como um cidadão do Renascimento entre em Braga pelo Arco da Porta Nova, onde se fazia a entrega das chaves da cidade.

Esta chave simbólica abre-lhe as portas de uma cidade milenar que guarda nos seus monumentos o brilho do poder que tinham os seus bispos. Ainda em tempo romano o imperador Caracala elevou Bracara Augusta a capital da província da Galécia, hoje Galiza. Ao domínio de Roma sucedeu-se a ocupação pelos Suevos, Visigodos e Muçulmanos, até à sua conquista para a cristandade no século XI. A sua Catedral, a mais antiga do país, foi a maior referência religiosa de Portugal e o dito popular "mais velho do que a Sé de Braga", para referir alguma coisa com muito tempo, é elucidativo da sua antiguidade. O seu poder eclesiástico, tantas vezes associado no tempo medieval ao poder da espada, estendeu-se pelos reinos de Espanha e de Portugal. À sombra da Sé Catedral, Braga foi-se enriquecendo de monumentos. No séc. XVI o arcebispo D. Diogo de Sousa, deslumbrado com a Roma do papa Júlio II deu-lhe o brilho e a graça decorativa do Renascimento. Mais tarde, a exuberância da arte barroca acrescentaria outros edifícios de grande magnificência. De todas as épocas a cidade guarda recordações inesperadas grandes e pequenas, como uma torre medieval em plena rua, janelas de gelosias que encobriam rostos de mulheres ou um palácio rocaille que lembra uma cómoda Luís XV. Já em tempo mais recente, a fixação da Universidade e a qualidade da sua arquitectura contemporânea trouxeram um impulso de juventude que a encheu de luz, colorido e de uma imprevista modernidade.

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